domingo, 12 de julho de 2020

DA VENTUROSA DE UMA FAMÍLIA VIRTUOSA

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Espetáculo bem digno de atrair os olhares todos do céu era aquele representado pela Sagrada Família de Nazaré. Jesus, Maria e José! Que de paz e de união naqueles corações unificados pelo mesmo Amor! Porque só a virtude se hospedava naqueles corações, banido foi para sempre todo e qualquer pecado.

Ao passo que "Jesus crescia na idade e na sabedoria aos olhos de Deus e dos homens", tinha Maria os olhos presos nele, tomando-o por modelo de si própria. Menos cauteloso não era José no aproveitar os exemplos da Mãe e do Filho.

Lá em Nazaré tudo se referia a Deus, tudo se fazia para Deus. A presença de Jesus bastava para encher na casa de Nazaré todos os corações de alegria! Os corações dos sagrados esposos se inflamavam na convivência com o coração de Jesus. A submissão e a obediência de Jesus enchiam de admiração tanto a Maria como a José. E o exemplo de Jesus lhes inspirava mais e mais um santo aniquilamento do homem diante de Deus!

Ó Deus de Santidade infinita, bem "em espírito e verdade" fostes sempre adorado em Nazaré! Como não teriam sido agradáveis, Senhor, as homenagens que recebíeis daquela casa abençoada!

Impossível é debuxar a imagem daquela venturosa família sem invejar a felicidade dela. Como fora de desejar que todas as famílias cristãs se educassem em tão excelente escola!

Ai! Se em todas as famílias reinasse o amor de Deus como debaixo do humilde teto de Nazaré, decerto seria o reinado também da ordem, da paz, da harmonia.

São Luís Martin e Santa Zélia Guérin (pais de Santa Teresinha do Menino Jesus)


Esposo e esposa desfrutariam as doçuras inocentes no temor do Senhor. Domésticos só receberiam de tudo isso lições fecundas de virtudes.

Não se conheceriam assim os funestos efeitos que produzem costumeiramente ciúmes, invejas e discórdias. E esses escândalos frequentíssimos nos nossos dias, daí jamais haveriam de surgir.

Longe de se pôr a prosperidade ao serviço do mal, desregrando-se para uma vida de faustos e ruínas, aos pobres se faria sentir a doce influência da fortuna bem aplicada. 

Santificada pode ser a prosperidade por uma constante ação de graças e uma cristã moderação.

Uma sábia economia é o mais rico tesouro que alguém poderá possuir.

A poupança sórdida inspirada pela avareza não deve ser menos banida de uma família cristã do que o profuso viver entre luxos supérfluos.

A adversidade, ao acometer uma família cristã, não deixa o ranço das murmurações contra a providência, que é sempre boa e sábia. Assim a meio da opulência como a meio da penúria, igualmente louvado será Deus!

Na humilhação que nos rebaixe ou na exaltação que nos eleve, igualmente louvado será Deus!

O que for chefe de família exerça a sua autoridade sem arrogância. A esposa, secundando as intenções do esposo, viva atenta aos negócios domésticos. E ambos receberão de Deus a suave consolação de ver crescerem os filhos dóceis, inclinados francamente à prática das virtudes. Que bem imenso daí resultaria para toda a sociedade de fiéis! Que amável simplicidade de costumes! Que candura e que inocência! Que união e que caridade! Que edificação e maravilhosos frutos de santidade para as almas!

Como passariam tranquilos os dias! E quando o momento chegasse de pagar o tributo à morte, o sacrifício da própria vida seria compensado fartamente pela consciência de se ter passado a vida na justiça e no amor do seu Deus!

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Maria sempre!
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FONTE: Religioso Anônimo. Imitação de Maria. Cultor de livros, 2014. Pg. 217-220.
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Sobre a obra: Imitação de Maria foi escrita por um Cônego Premonstratense da Abadia de Marchtal, na Baviera. O manuscrito, do qual não consta o nome do autor, foi encontrado pelo Cônego Sebastião Sailer, da mesma Abadia, e publicado em 1764. A segunda edição latina apareceu em 1768. Nela declara o Cônego Sailer que juntou várias adições ou ampliações à primeira edição de 1764. Igualmente promete publicar a tradução alemã do livrinho, o que fez em 1769. Novas edições datam de 1772 e de 1787. 
Outra tradução da edição de 1764 apareceu em Colônia em 1773. Uma terceira tradução foi feita por Michael Schullere e publicada por Fred. Pustet em 1876 e em 1881. A tradução francesa apareceu em 1876, a espanhola em 1885, a flamenga em 1896. Nos Estados Unidos foi publicada uma tradução inglesa nos Annals of St. Joseph. No Brasil, a 1ª edição saiu a lume em 1934 e a 3ª, em 1949. 
O título original é: "Kempensis Marianus sive Libellus de Imitatione Mariae Virginis et Matris Dei". 
Cônego Guilherme  Adriaansen, O. Prem.

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