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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

AS DOZE VIRTUDES DE SANTAS CATÓLICAS



Hoje conheceremos algumas grandes mulheres católicas que nos servem como modelos de santidade.

Vendo um pouco de seus relatos, descobriremos que não estamos sozinhas na luta contra o pecado.

Inspirando-nos nessas santas mulheres, esforcemo-nos por uma vida virtuosa e santa!

1- Perfeição

Quando Santa Matilde foi visitada pelo Senhor, acompanhada de muitos Santos, um deles disse-lhe: "Oh, quão abençoada és tu que ainda vives na terra, pelo grande mérito que podes adquirir! Se um homem soubesse o quanto poderia merecer em um dia, no momento em que acordasse pela manhã, seu coração se encheria de alegria porque havia chegado o dia em que ele poderia viver para seu Senhor e, por Sua graça, aumentar grandemente Sua honra e glória e seu próprio mérito. Isso lhe daria muita confiança e força para fazer e sofrer tudo com extrema satisfação."

2- Humildade

"Não acredite que você fez qualquer avanço na perfeição, a menos que você se considere o pior de todos, e deseje que tudo seja preferido a você; pois a marca dos que são grandes aos olhos de Deus é o serem pequenos aos próprios olhos; e quanto mais gloriosos eles são aos olhos de Deus, mais vis eles parecem aos seus próprios olhos." Santa Teresa de Ávila

3- Mortificação

É sabido de Santa Catarina de Sena que enquanto sua família celebrava o Carnaval em sua casa, ela não se dispôs a juntar-se a eles, alegando que como não tinha outro amor, não tinha outro prazer senão no seu Jesus. Ele então apareceu a ela na companhia da Santíssima Virgem e outros Santos, e a desposou com tanta clareza e certeza, que os Dominicanos, por Indulgência Apostólica, celebram uma festa em sua comemoração no último dia do Carnaval.

4- Paciência

Bem-aventurada Ângela di Foligno, quando questionada sobre como foi capaz de receber e suportar os sofrimentos com tanta alegria, respondeu: "Acredite, nós não conhecemos a grandeza e o valor dos sofrimentos. Pois, se soubéssemos o valor das nossas provações, elas se tornariam para nós objetos de pilhagem, e deveríamos sair por aí tentando arrancar uns dos outros oportunidades de sofrer."

5- Mansidão

Esta virtude também brilhou em Santa Joana Francisca de Chantal. Quando ela foi, em várias ocasiões, maltratada por muitos, ela nunca deu o menor sinal de ressentimento ou desprazer, mas em troca deu presentes a um, concedeu favores obtidos de Deus a outro. Nem seu amor por nenhum deles diminuiu.

6- Obediência

"Obediência é, sem dúvida, mais meritória do que qualquer austeridade. E que maior austeridade pode ser pensada do que manter sua vontade constantemente submissa e obediente?" Santa Catarina de Bolonha

7- Simplicidade

Santa Maria Madalena de Pazzi disse uma vez: "Se eu pensasse que dizendo uma palavra, por mais indiferente que fosse, para qualquer outra finalidade que não o amor de Deus, poderia me tornar um Serafim, certamente não o diria."

8- Diligência

"Se o homem pudesse ver que recompensa terá no mundo de cima por fazer o bem, ele nunca empregaria sua memória, compreensão ou vontade em qualquer coisa que não as boas obras, sem se preocupar com que trabalho ou provações ele poderia experimentar nelas." Santa Catarina de Gênova

9 - Oração

Santa Rosa de Lima se mantinha recolhida, e tão grande era sua atenção e devoção que qualquer objeto que se apresentasse a ela não a distraía mais do que se ela fosse insensível. Quando ela foi à igreja, ela se colocou em um canto, com os olhos fixos no tabernáculo. Ela permaneceria assim por muitas horas imóvel, enquanto a visão de pessoas passando perto dela e o burburinho geral e murmúrio da multidão não a perturbava em nada.

10 - Confiança

Santa Gertrudes ouviu a voz do Senhor em seu coração falando desta maneira: "Seria da maior utilidade para eles saber e lembrar que estou continuamente intercedendo diante de Meu Pai por sua salvação, e que sempre que eles mancham seus corações pela fragilidade humana por maus pensamentos, Eu ofereço a Ele como expiação Meu mais puro coração; e quando eles cometem atos pecaminosos, Eu ofereço a Ele Minhas mãos perfuradas; e assim, por mais que errem, procuro imediatamente apaziguar o Pai Divino, para que possam obter perdão por seu arrependimento."

11 - Caridade

Santa Euphrasia, uma freira de Tebaida, era tão cheia de caridade que passava semanas inteiras sem comer, por causa de sua excessiva ocupação no serviço aos outros e porque se dedicava à oração nos poucos dias que lhe restavam. Percebeu-se que durante um ano inteiro ela nunca se sentou; e sua bondade ativa a tornava querida e adorável aos olhos de todo o convento, de modo que ela parecia a eles não uma criatura terrestre, mas um anjo encarnado.

12 -  União

Venerável Madre Seraphina de Deus tinha avançado muito neste caminho, pois num relato que deu de si ao seu realizador, pôde dizer: "A minha alma parece estar tão em sintonia com Nosso Senhor, que tudo o que Ele opera nela sempre parece mais adequado, pois é exatamente o que Ele deseja para si. O que quer que venha à minha alma é um doce amor feito de propósito para isso, e parece incapaz de desejar outra coisa, de modo que nunca experimenta amargura ou problema." Certa vez, quando se acusou de falta de conformidade com a Vontade Divina, recebeu naquele momento um raio de luz, pelo qual viu tão claramente quão bela é a vontade de Deus, que permaneceu por algum tempo tomada de espanto, e nunca deixou de amar a mais santa e bela vontade de seu Criador.

Obs: Tradução e adaptação: Bárbara Guedes.

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Maria Sempre!
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FONTE: CATHOLIC TRADITIONAL.ORG . 12  Catholics Virtues. 2014. Disponível em: http://www.catholictradition.org/Saints/virtues.htm

sábado, 29 de agosto de 2020

ECONOMIA NO LAR


O que é  economia no lar?

O que a dona de casa deve fazer para que seu lar seja bem administrado?

Veja estas preciosas dicas que o Padre Geraldo Pires traz em seu livro " As três chamas do lar":

A arte de guardar a justa medida entre as rendas e despesas chama-se economia. As despesas precisam corresponder às verdadeiras necessidades da casa e aos seus reais recursos financeiros. Se elas são exageradas, temos o esbanjamento. Se ficam aquém do que é conveniente e justo, temos a avareza.

Ser fácil em atender a todos os desejos de compras dos filhos é prodigalidade, leitora. Mas é avareza não querer comprar o que é necessário e adequado às posses da família. Deus recomenda várias vezes nos Livros Santos a prática da economia, "a arte de bem governar a casa". Já a leitora leu o que se diz da mulher-modelo. Hábeis lhe são as mãos e incansável é o seu espírito de iniciativa. Sua casa não tem receio do frio e das intempéries. Pois os seus domésticos estão bem vestidos e agasalhados.

No Evangelho lemos a recomendação de Nosso Senhor, após a multiplicação dos pães: Recolhei o que restou, para que não se perca.

Os pais precisam cultivar o espírito de economia, porque aos filhos devem deixar algum amparo na vida. "Não aos filhos toca ajuntar para os pais, mas a estes para os filhos" - reza a palavra de São Paulo. Muitas virtudes se praticam no exercício desta arte de economizar. Humildade e simplicidade, laboriosidade e mortificação andam juntas na vida de quem cuida da economia doméstica.

Material e moralmente prospera a família neste caso. Pois a mão aberta para gastar é sempre guiada, mais cedo ou mais tarde, por qualquer vício atrás do qual vem a miséria e o infortúnio. Damos aqui cinco normas práticas para a leitora desejosa de trilhar o caminho louvado por Deus.

Não deixa estragar-se nada - Lafitte, filho de um lenhador, foi pedir colocação num banco. Disseram-lhe que não havia vaga. Ao retirar-se, vendo no chão um alfinete, pegou-o e o prendeu no casaco. Seu gesto, percebido pelo banqueiro, por ele foi apreciado. Dias depois Lafitte estava colocado, tornando-se anos mais tarde sucessor do seu patrão. Em tua casa, leitora, quantos alfinetes se enferrujam pelo chão, esquecidos e abandonados? E se fossem apenas alfinetes.

Acabar com as despesas desnecessárias - Quem não sabe governar sua casa encontra-se frequentemente na precisão de gastar. Não soube ou não se lembra de dar uma ordem em tempo oportuno, poupando com ela despesas.

Muitos objetos são comprados inutilmente. Foram vistos numa vitrina, anunciados num jornal, elogiado por uma amiga - e eis que a patroa já não pode viver sem eles. Igualmente desnecessária é a despesa que, por ser feita fora de hora, se tornou maior. A dona de casa não soube prever a alta do preço, nesta ou naquela época do ano.

Fazer em casa o que se pode fazer - Isso de entregar às mãos alheias encomendas que, em casa, a habilidade da dona poderia despachar, é antieconômico. Muito vestido e muita costura vai para fora, estragando-se, só porque mãe e filhas moças não querem incomodar-se. É mau exemplo o forma hábitos censuráveis tal sistema, leitora.

Uma criada, ajudada pela patroa e pelas filhas, dá conta do serviço? Por que, então, por vaidade ou por preguiça, manter duas em casa?

Fugir das dívidas - Já vimos o mal que as dívidas acarretam à esposa e mãe. Por conseguinte, leitora, seguirás à risca este princípio: Nunca ficar devendo! Pagando à hora serás melhor servida e gastarás menos. Há até um ditado que diz: Enriquece quem paga suas dívidas.

Anotar as rendas e as despesas - Desta forma saberás às quantas andam tuas perspectivas financeiras. Os algarismos dirão com toda a frieza até aonde poderás ir com as compras. Dirão se isto ou aquilo poderá ser com prado ou não. Além disso, são também avisos para voltar atrás. O marido terá mais confiança na esposa e os filhos têm diante de si a lista exata dos sacrifícios financeiros dos pais, quando trabalham para vesti-los e educá-los.

Faltando a escrituração, nunca a dona de casa poderá dizer em que ponto andam suas reservas, ou em que ponto deve cortar as despesas.

A economia impõe-se porque neste mundo somos somente administradores dos bens concedidos por Deus. A Ele daremos contas de cada tostão gasto.


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Maria Sempre!
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FONTE:ALVES, Padre Geraldo Pires de Souza. As três chamas do lar, São Paulo, 1958, pp. 281-283.

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Sobre a obra:  
Leitora, aceita este livro com mais este título para teu coração. Se alguém divergir de minhas ideias, não me condene por isso. Tome-se o tempo de refletir um pouco sobre elas. Nem sempre as ideias são como flores que encantam. Às vezes são como nozes, ásperas, mas só por fora. Vai também intercalada a encíclica do Santo Padre Pio XI, dirigida aos casados. Na maioria dos casos forma uma conclusão ao capítulo que a precede. Na Terceira Parte, extraídos do livro do P. Bethléem e livremente citados, seguem-se alguns trechos utilíssimos para a educadora. Vários assuntos de importância não puderam ser tratados. Pois, resumidos, pouco diriam e, desenvolvidos, aumentariam por demais o volume do livro. Grato serei a quem me expuser suas observações a respeito do que leu nestas páginas. Destina-se ao amparo das vocações de missionários redentoristas a renda desta publicação. As almas generosas este motivo dirá muito, convertendo-as em propagandistas do livro.

São Paulo, 18 de julho (festa da mãe e mártir santa Sinforosa) de 1938.

O Autor.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

CUIDADO COM CERTAS AMIZADES



Ter amigos é um grande presente, afinal com eles podemos dividir alegrias, receber conselhos, buscar apoio em momentos delicados, enfim, compartilhar a vida. Não é à toa que dizem que eles são a família que nos foi permitido escolher, algo pelo qual devemos ser sempre gratos. Contudo, é importante se manter atento para saber cativar amizades que realmente nos levam a Deus. Vejamos os dizeres de São João Bosco nesta postagem:

Há três espécies de companheiros: os bons, os maus e os que estão no meio termo. Com os bons podemos nos relacionar, que será muito frutuoso; com os medíocres somente quando houver necessidade, mas sem contrair familiaridade; quanto aos maus, devemos evitar sempre.

Quem são esses terríveis maus companheiros? Todos que não se envergonham de ter conversas obscenas, murmuradores, mentirosos, blasfemadores; os que têm vida escandalosa e aconselham a desobedecer aos pais, a roubar, a transgredir os deveres. Todos esses são péssimos companheiros e ministros de Satanás, dos quais você deve fugir mais do que da peste e do demônio.

Quem andar com o virtuoso, será também virtuoso. Estando com os bons, eu garanto que alcançará o Paraíso. Pelo contrário, permanecendo com os perversos, sua alma corre grande perigo.

Alguém poderá dizer: São tantos os maus, que seria preciso sair deste mundo para poder evitá-los. É verdade que são numerosos e, é justamente por isso que o risco é grande. Lembre-se de que sempre terá a companhia de Jesus Cristo, da Bem-aventurada Virgem Maria e do Santo Anjo da Guarda. Existirão companheiros melhores que esses?

É possível encontrar bons amigos, juntos poderão frequentar os Sacramentos da Confissão e da Eucaristia; amigos que com palavras e exemplos, estimularão o cumprimento dos deveres sociais e religiosos.

Desde que Davi, quando jovem, conheceu Jônatas, tornaram-se grandes amigos com proveito recíproco, porque um animava o outro nas práticas das virtudes.

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Maria Sempre!
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FONTE: BOSCO, São João. O cristão bem formado. Ecclesiae, 2004. Pg. 22.
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Sobre a obra: São João Bosco, neste pequeno livro, ensina-nos que são dois os principais artifícios do maligno para afastar as almas de Deus: o primeiro é fazer crer que, para servir Deus, é preciso levar uma vida melancólica, longe de todo divertimento e prazer. Porém, o santo indica-nos um caminho que leva a uma vida onde o cristão se torna feliz e lhe são concedidos os verdadeiros divertimentos e encantos, de tal forma que possa dizer como Davi: "Servi ao Senhor com alegria" (Sl 100,2). O outro engano sugerido pelo espírito pernicioso é a esperança de uma vida longa, junto com a idéia de se converter na velhice ou apenas na hora da morte, para melhor 'aproveitar' a vida. Mas São João Bosco questiona: "Quem pode nos assegurar que um dia chegaremos a ser velhos?". Além disso, "a estrada que o homem escolher na juventude provavelmente será a mesma até a morte.Isso significa que se começar a viver bem na mocidade, decisivamente viverá nesse caminho e terá uma boa morte, que será o princípio da felicidade eterna. Pelo contrário, se desde o começo deixar-se dominar pelos vícios, possivelmente continuará assim em todas as etapas da vida e encontrará a eterna infelicidade". E para que tal desgraça não aconteça, ele propõe uma breve e fácil norma de vida, que é suficiente para se tornar consolo para os familiares, patriota honrado, bom cidadão na Terra e, mais tarde, bem-aventurado habitante do Céu. Trata-se portanto, de um livro que ajuda a adquirir uma boa formação de maneira prática, de modo a preparar o cristão para os desafios do dia-a-dia.
Editora Ecclesiae

sexta-feira, 26 de junho de 2020

PAMONHA ASSADA

Olá! Que tal uma deliciosa receita de comida típica para encerrarmos este mês onde celebramos tantas datas especiais?

Devido a pandemia, ficamos apenas na vontade daquelas barraquinhas de São João e comemorações típicas do mês de junho, não é mesmo?

Mas isso não é motivo para deixarmos os dotes culinários de lado e por este motivo, trouxemos aqui uma deliciosa receita de pamonha assada. A criançada vai amar e você também.

Vamos lá!



INGREDIENTES

  • 2 latas de milho verde (sem a água)
  • 1 garrafinha de leite de coco (200 ml)
  • 1 e 1/2 xícara de açúcar
  • 4 ovos
  • 1 pacote de queijo parmesão ralado
  • 4 colheres de sopa de farinha de trigo
  • 1 colher de sopa de fermento em pó


MODO DE PREPARO

  1. Bata no liquidificador todos os ingredientes, depois junte 1 colher de sopa de fermento em pó e bata só para misturar.
  2. Despeje a mistura em uma forma enfarinhada e leve para assar em forno pré-aquecido em 200º até dourar.
Bom apetite!

sexta-feira, 12 de junho de 2020

TALVEZ EU O CRITIQUE DEMAIS


Ter uma postura crítica acaba prejudicando seu relacionamento, mas mudar a maneira de pensar não é uma tarefa tão simples assim...

Que tal aproveitar o dia dos namorados e transformar suas perspectivas em uma visão mais favorável e passar a julgar menos?

Recomendamos a leitura de mais uma carta do livro "Conselhos a uma recém-casada" que exemplifica esta teoria:

Talvez seja difícil perceber com nitidez, por conta das provações que tem enfrentado, mas há sinais inequívocos de que o amor entre você e [seu esposo] está se fortalecendo. 

Um destes sinais é que você passou a considerar seus próprios defeitos por uma perspectiva honesta e objetiva, em vez de se concentrar nos de [seu esposo]. 

É curioso como é fácil para nós perceber os defeitos dos outros, ao mesmo tempo que ignoramos os nossos. Um dos motivos para isso é que nossa atenção tem mais facilidade para observar coisas exteriores a nós. No entanto, o motivo real é que o processo de autoconhecimento do ser humano é muito doloroso. 

O perigo do narcisismo está arraigado em todos nós. É maravilhoso pensar em mim mesma como uma pessoa extraordinária: atraente, charmosa, inteligente, talentosa, vencedora! É fácil nutrir todos os tipos de ilusão sobre si mesma.

Entretanto, meus defeitos reais maculam essa ilusão. É de causar espanto que eu tente camuflá-los? Prefiro me concentrar nos defeitos dos outros que não me machucam (exceto quando me têm por vítima).

Você já notou inúmeras imperfeições no homem que ama. Não me refiro às coisas que seu esposo não pode mudar - como o formato de seu nariz - , mas há coisas que estão sob seu controle. Aos seus olhos, ele é preguiçoso, impetuoso, com pavio curto, e assim por diante.

Em vez de calmamente discutir esses problemas com [seu esposo], para ajudá-lo a melhorar, você com frequência se flagra expondo-os e exigindo que sejam reparados.

Quando dá voz as suas críticas desse modo, não apenas o efeito resultante é irrisório, como também acaba tendo de lidar com o efeito rebote: [seu esposo] se vinga, apontando seus defeitos (com a mesma prontidão que você teve para criticá-lo). E eis uma típica situação que acaba em briga.

Com a graça de Deus, você começou a transformar essas derrotas em vitórias (e tenho certeza de que sabe que as maiores vitórias são derrotas revertidas). Você está aprendendo uma lição importante sobre a vida e, em particular, sobre a vida conjugal: devemos começar por nós mesmos. (Ah, se os revolucionários e terroristas percebessem e isso!).

O interessante é que, ao começar a modificação por nós mesmos, não é raro encontrarmos soluções inusitadas para os problemas. Descobrimos que nossas ações impensadas estavam provocando as reações negativas que deplorávamos no outro. E nos damos conta de que nossas virtudes recém-conquistadas se tornam mais fácil o aprimoramento das pessoas que nos cercam.

O grande exemplo nesse sentido é Santa Mônica.

Ela tinha um marido grosseiro e irascível, mas, em vez de lidar com esse problema e fazendo críticas e censuras - o que teria apenas piorando a situação - , aprendeu a controlar seu próprio temperamento e a cultivar a paciência. 

E isso gerou dois resultados. 

Primeiro, ao contrário dos maridos das amigas de Santa Mônica, Patrícius nunca usou de violência com ela, o que tornava mais fácil para ela o esforço de tentar amá-lo como devia.

Segundo, seu exemplo de bondade por fim venceu Patrícius, a tal ponto que ela teve a felicidade de ver esse pagão ingressar na igreja pouco antes de morrer.

Ela desviou sua atenção dos defeitos do marido para os próprios E trabalhou para se santificar. Percebeu que era muito melhor se concentrar nas ervas daninhas de seu jardim antes de tentar sanar o do marido. Ela fez a mesma descoberta que pregadores e missionários sempre fazem: a santidade é mais efetiva do que a eloquência.

Como Santa Mônica, você tem muitos motivos para ter esperança e coragem. Saiba que sua avidez por aperfeiçoar seu amor por [seu esposo] é para mim uma fonte contínua de alegria.

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Maria Sempre!
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FONTE: HILDEBRAND, Alice von. Conselhos a uma recém-casada. Rio de Janeiro: Petra, 2016. Pg.131-133. *Com adaptações do editorial do blog.
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Sobre a obra: Este livro faz enfim chegar, aos leitores brasileiros, as palavras de Alice von Hildebrand, uma das vozes femininas mais importantes de nosso tempo. Aqui, a célebre teóloga, especialista nos temas do amor, do matrimônio e da feminilidade, nos apresenta uma série de cartas cujo objetivo é ajudar sua afilhada a superar os obstáculos que costumam se apresentar na vida a dois, desde os maiores até os que parecem mais insignificantes. Com uma linguagem simples, mas ao mesmo tempo profunda e bela, Conselhos a uma recém-casada é leitura obrigatória para aprendermos a crescer no amor quando a lua de mel acaba. 
Petra Editora

sexta-feira, 29 de maio de 2020

EU NÃO ME IMPORTO DE ESTAR BEM VESTIDA


O início do namoro é um tempo lembrado com saudade por muitos casais, pois é também o tempo em que ambos faziam de tudo para agradar o outro. Com o casamento e a chegada dos filhos, os casais se perdem nos afazeres e responsabilidades e esquecem deste belo propósito.

Reflitamos: será que temos nos importado em  estar bem vestida para o nosso esposo?

Leia esta outra carta e entenda como estar arrumada é essencial em seu relacionamento conjugal:

Conheço uma mulher que, enquanto era noiva passava longas horas em frente ao espelho para se tornar o mais atraente possível para seu noivo. Agora ela está casada e se veste com desleixo quando está em casa, embora não meça esforços para estar atraente quando sai.

São Francisco de Sales nos diz que uma mulher piedosa deve se vestir bem, o que, no entanto, não significa que devamos ser escravas da moda. É possível nos vestirmos de modo atraente, elegante até, mas ao mesmo tempo modesto e simples. O mais importante é que o cuidado com a beleza exterior não se reserve às visitas e às pessoas que você encontra fora de casa e que você não  "se deixe levar" quando está sozinha com [seu esposo].

A partir do momento em que um casal se casa, eles devem tentar sempre ser o melhor possível um para o outro, física e, sobretudo, espiritualmente. Não é correto você dar o seu melhor ao seu esposo, que se entregou amorosamente a você?

Que Deus abençoe você e seu querido [esposo].

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Maria Sempre!
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FONTE: HILDEBRAND, Alice von. Conselhos a uma recém-casada. Rio de Janeiro: Petra, 2016. Pg.101. *Com adaptações do editorial do blog.
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Sobre a obra: Este livro faz enfim chegar, aos leitores brasileiros, as palavras de Alice von Hildebrand, uma das vozes femininas mais importantes de nosso tempo. Aqui, a célebre teóloga, especialista nos temas do amor, do matrimônio e da feminilidade, nos apresenta uma série de cartas cujo objetivo é ajudar sua afilhada a superar os obstáculos que costumam se apresentar na vida a dois, desde os maiores até os que parecem mais insignificantes. Com uma linguagem simples, mas ao mesmo tempo profunda e bela, Conselhos a uma recém-casada é leitura obrigatória para aprendermos a crescer no amor quando a lua de mel acaba. 
Petra Editora

sexta-feira, 22 de maio de 2020

CUIDAR DA CASA DÁ TANTO TRABALHO


Não tem como escapar da tarefa de limpar e arrumar a casa, não é mesmo? Mas isso não significa que essa rotina precisa ser um peso também. Com um pouco de organização e a motivação certa, fazer faxina pode se tornar apenas mais uma parte do seu dia a dia e até ser menos estressante! Veja mais esta postagem do livro: "Conselhos a uma recém-casada" e saiba como:

Quanta diferença entre o encanto de sua festa de casamento, à delícia da lua de mel e as muitas tarefas que agora sobrecarregam, tendo de organizar uma casa estabelecer uma rotina, dispondo de um orçamento apertado. Que bom que você tem conseguido realizar essas tarefas com a alegria de estar apaixonada, que alivia todos os fardos. 

Embora por carta seja mais difícil do que pessoalmente, tentarei compartilhar com você algumas experiências de meu próprio casamento e das vidas de centenas de minhas amigas e alunas casadas, que ao longo dos anos me tiver um confidente. 

Nós já passamos por tudo isso, e talvez nossas trajetórias possam ajudar você e [seu esposo] a enfrentarem a presente tarefa de construir um lar juntos, evitando alguns dos nossos erros.

Trata-se de uma tarefa especialmente dificultosa, pois uma casa deve ser muito mais do que um lugar onde as pessoas comem e dormem. Sua casa deve ser o local onde vocês fincarão suas raízes, um lugar que acoelha e proteja a ambos, distante da agitação da vida profissional. Deve ser um lugar onde possam descansar espiritualmente e ousar ser vocês mesmos, sabendo que ali são amados. 

Cada um de vocês, neste momento, deve criar este "espaço" espiritual onde suas vidas florescerão. Isso é muito diferente de ganhar um salário, consertar o carro e lavar a roupa ou a louça. 

Sua missão como esposa transcende  em muito os afazeres domésticos, para os quais podem contratar ajuda especializada. Você deve criar um ninho de amor em sua casa, fazer dela um lugar onde seja agradável estar. 

Há uma descomunal diferença entre desempenhar funções servis para ganhar dinheiro e pagar contas e fazê-lo porque sua maior alegria é criar um lar para o seu amado [esposo], a pessoa mais próxima de você neste mundo! 

Vistos do lado de fora, os vitrais das janelas de uma igreja aparecem baços e obscuros; mas, quando entramos na igreja e vemos as mesmas janelas iluminadas pelos raios do sol, descobrimos sua inacreditável beleza. 

A luz do sol transforma os vitrais das janelas em magníficas obras de arte. Do mesmo modo, você deve deixar que seu amor por [seu esposo] transforme as pequenas e tediosas tarefas do dia a dia em magníficas obras de amor.

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Maria Sempre!
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FONTE: HILDEBRAND, Alice von. Conselhos a uma recém-casada. Rio de Janeiro: Petra, 2016. Pg.16-17. *Com adaptações do editorial do blog.
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Sobre a obra: Este livro faz enfim chegar, aos leitores brasileiros, as palavras de Alice von Hildebrand, uma das vozes femininas mais importantes de nosso tempo. Aqui, a célebre teóloga, especialista nos temas do amor, do matrimônio e da feminilidade, nos apresenta uma série de cartas cujo objetivo é ajudar sua afilhada a superar os obstáculos que costumam se apresentar na vida a dois, desde os maiores até os que parecem mais insignificantes. Com uma linguagem simples, mas ao mesmo tempo profunda e bela, Conselhos a uma recém-casada é leitura obrigatória para aprendermos a crescer no amor quando a lua de mel acaba. 
Petra Editora

sábado, 18 de janeiro de 2020

DA VIGILÂNCIA SOBRE OS PENSAMENTOS



1) A respeito dos maus pensamentos encontra-se, muitas vezes, um duplo engano:

a) Almas que temem a Deus e não possuem o dom do discernimento e são inclinadas aos escrúpulos, pensam que todo mau pensamento que lhes sobrevêm é já um pecado. Elas estão enganadas, porque os maus pensamentos em si não são pecados, mas só e unicamente o consentimento neles. A malícia do pecado mortal consiste toda e só na má vontade, que se entrega ao pecado com claro conhecimento de sua maldade e plena deliberação de sua parte. E, por isto, Santo Agostinho ensina que não pode haver pecado onde falta o consentimento da vontade.

Por mais que sejamos atormentados pelas tentações, pela rebelião de nossos sentidos, pelas comoções ou sensações desregradas de nossa natureza corpórea, não existe pecado algum enquanto faltar o consentimento, como ensina também São Bernardo, dizendo: "O sentimento não causa dano algum, contanto que não sobrevenha o consentimento".

Para consolar tais almas timoratas e escrupulosas, quero oferecer-lhes aqui uma regra prática, aceita por quase todos os teólogos: Quando uma alma que teme a Deus e detesta o pecado, duvida se consentiu ou não em um mau pensamento, não está obrigada a confessar-se disso, porque, em tal caso, se tivesse realmente cometido um pecado mortal, não estaria em dúvida a esse respeito, porque o pecado mortal, para uma alma que teme a Deus, é um monstro tão horrendo, que não poderá ter entrada em seu coração sem o perceber.

b) Outros, que possuem uma consciência mais relaxada e são mal instruídos, julgam, pelo contrário, que os maus pensamentos nunca são pecados, mesmo havendo consentimento neles, contanto que não se chegue a praticar. Este erro é muito mais pernicioso que o primeiro. O que se não pode fazer, não se pode também desejar; por isso, o mau pensamento em si contêm toda a malícia do ato. Assim como as más obras nos separam de Deus, também os maus pensamentos nos afastam d'Ele e nos privam de Sua graça. "Pensamentos perversos nos separam de Deus" (Sab 1, 3). Como as más obras estão patentes aos olhos de Deus, também Sua vista alcança todos os nossos maus pensamentos para condená-los e puni-los, pois "um Deus de ciência é o Senhor, e diante d'Ele estão patentes todos os pensamentos" (I Rs 2, 3).

2) Logo, nem todos os maus pensamentos são pecados, e nem todos os que são pecados trazem em si o mesmo cunho de malícia. Devemos considerar três coisas quando se trata de um pecado de pensamento, a saber: a sugestão, a deliberação e o consentimento. Alguns esclarecimentos a esse respeito:

a) Sob a palavra sugestão entende-se o primeiro pensamento que nos incita a praticar o mal que nos vem à mente. Esta instigação ou incitamento ainda não é pecado; se a vontade a repele imediatamente, é mesmo uma fonte de merecimentos. "Para cada tentação a que opuseres resistência, se te deverá uma coroa", diz Santo Antão. Até os Santos foram perseguidos por tais pensamentos. São Bento revolveu-se sobre os espinhos para vencer uma tentação impura, e São Pedro de Alcântara lançou-se em poço de água gelada. São Paulo nos informa que também ele foi tentado contra a pureza: "E para que a grandeza das revelações não me ensoberbesse, foi-me dado um espinho em minha carne, um anjo de satanás para me esbofetear" (2 Cor 12, 7). O Apóstolo suplicou várias vezes ao Senhor que o livrasse desse inimigo: "Por essa causa roguei ao Senhor três vezes que o afastasse de mim". O Senhor não quis, porém, dispensá-lo do combate, e respondeu-lhe: "Basta-te a minha graça". E por que não queria o Senhor livrá-lo? Para que adquirisse maiores méritos por sua resistência à tentação: "Porque a virtude se aperfeiçoa na fraqueza". São Francisco de Sales diz que quando um ladrão procura arrombar uma porta, é porque não está ainda dentro da casa; assim também, quando o demônio tenta uma alma, é porque se acha ela ainda na graça de Deus.

Santa Catarina de Sena foi uma vez horrivelmente atormentada pelo demônio, durante três dias, com fortes tentações impuras. Apareceu-lhe então o Senhor para consolá-la, e ela perguntou-lhe: -Mas onde estivestes, Senhor meu, durante estes três dias? Jesus respondeu-lhe: Dentro do teu coração, dando-te força para resistires à tentação. E o Senhor deu-lhe a conhecer que o seu coração estava, depois da tentação, mais puro que antes.

b) À sugestão segue-se a deleitação. Quando nos damos ao trabalho de repelir imediatamente a tentação, sentimos nela uma certa complacência ou prazer, que nos vai arrastando ao consentimento. Mesmo então, se a vontade não dá seu assentimento, não há pecado mortal; quando muito, poderá haver pecado venial. Se, porém, não recorrermos então a Deus e não nos esforçarmos por resistir à tentação, facilmente nos sentiremos arrastados ao consentimento e perdidos, segundo as palavras de Santo Anselmo (De similit., c. 40): "Se não procuramos impedir a deleitação, ela se transformará em consentimento e matará a alma".

Uma senhora, que tinha fama de santa, teve, um dia, um mau pensamento, que não repeliu imediatamente, e pecou por pensamento. Por vergonha deixou de confessar esse pensamento criminoso e morreu, pouco depois, em estado de pecado. Porque morreu com fama de santidade, mandou o bispo que fosse sepultada em sua própria capela. No dia seguinte, porém, apareceu-lhe ela, toda circundada de fogo, e confessou­lhe, infelizmente já tarde demais, que estava condenada por ter consentido num mau pensamento.

c) Toda a malícia do mau pensamento está, porém, no consentimento. Havendo pleno consentimento, perde-se a graça de Deus e chama-se sobre si a condenação eterna, quer se tenha o desejo de cometer um pecado determinado, quer se pense ou reflita com prazer no pecado como se o estivesse cometendo. Esta última espécie de pecado chama-se uma deleitação deliberada ou morosa, e deve-se distinguir bem da primeira, isto é, do pecado de desejo.




3) Se fores, pois, molestada por tais tentações, alma cristã, não deves perder a coragem, antes, animosamente combater, empregando os meios que te vou indicar, e não sucumbirás:

a) O primeiro é humilhar-se continuamente diante de Deus. O Senhor castiga muitas vezes os espíritos soberbos, permitindo que caiam em qualquer pecado impuro. Sê, pois, humilde, e não confies em tuas próprias forças. Davi confessa que caiu no pecado por não ter se humilhado e ter confiado demais em si mesmo: "Antes de me haver humilhado, eu pequei" (Sl 118, 67). Devemos temer sempre a nossa própria fraqueza e colocar em Deus toda a nossa confiança, esperando firmemente que nos preserve desse vício.

b) O segundo meio é recorrer imediatamente a Deus, sem entrar em diálogo com a tentação. Logo que se apresentar ao nosso espírito um pensamento impuro, devemos elevar a Deus imediatamente o nosso pensamento ou dirigi-lo a qualquer objeto indiferente. A coisa melhor será invocar imediatamente os Santíssimos Nomes de Jesus e Maria, e não cessar de repeti-los até desaparecer a tentação. Se ela for muito forte, será bom repetir muitas vezes o seguinte propósito: Ó meu Deus, prefiro morrer a Vos ofender. Peça-se socorro, dizendo: Ó meu Jesus, socorrei-me. Maria, assisti-me. Os Nomes de Jesus, Maria e José possuem uma força especial para afugentar as tentações do demônio.

c) O terceiro meio é a recepção assídua dos Santos Sacramentos da Confissão e da Comunhão. É de suma importância revelar quanto antes ao confessor as tentações impuras. "Uma tentação revelada já está meio vencida", diz São Filipe Néri. E se alguém teve a infelicidade de consentir em uma tentação, não se demore nenhum instante em se confessar disso. São Filipe Néri livrou um rapaz desse vício, induzindo-o a confessar-se logo depois de cada queda.

A Santa Comunhão, está fora de dúvida, confere uma grande força na resistência às tentações desonestas. O Sangue de Jesus Cristo, que recebemos na Sagrada Comunhão, é chamado pelos Santos de 'Vinho gerador de Virgens' (Zac 9, 17). O vinho natural é um perigo para a castidade; este Vinho Celestial é o seu conservador.

d) O quarto meio é a devoção à Imaculada Mãe de Deus, que é chamada a Virgem das Virgens. Quantos jovens não se conservaram puros e castos como Anjos, devido à devoção à Santíssima Virgem!

e) O quinto meio é a fuga da ociosidade. O Espírito Santo diz (Ecli 33, 21): "A ociosidade ensina muita coisa má", isto é, ensina a cometer muitos pecados. E o profeta Ezequiel (Ez 16, 49), assevera que foi a ociosidade a causa das abominações e ruína final dos habitantes de Sodoma. Conforme São Bernardo, a ociosidade motivou a queda de Salomão. Por isso São Jerônimo exorta a Rústico (Ep. ad Rust., 2) que esteja sempre ocupado, para que o demônio não o preocupe com suas tentações. "Quem trabalha é tentado por um demônio só; quem vive ocioso, é atacado por uma multidão deles", diz São Boaventura.

f) O sexto meio consiste no emprego de todas as precauções exigidas pela prudência, tais como a modéstia dos olhos, a vigilância sobre as inclinações do coração, a fugida das ocasiões perigosas, etc.


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Maria Sempre!
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FONTE: LIGÓRIO, Santo Afonso Maria de. Tratado da castidade. Editora Família Católica, 2014. Pg.2-4.
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Sobre o autor : Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787) foi um bispo, escritor e poeta italiano. Fundou a congregação religiosa dos Padres Redentoristas. Estudou na Universidade de Nápoles e aos 16 já estava formado em Direito Civil e Canônico. Como advogado conseguiu renome mas abandonou tudo para se dedicar a vida religiosa. Santo Afonso Maria de Ligório foi um prodigioso escritor. Nos seus últimos doze anos de vida, dedicou-se a literatura, enriquecendo a coleção de obras ascéticas e teológicas. Deixou para os sacerdotes a sua célebre Teologia Moral. Para o povo cristão deixou livros cheios de verdadeira e ungida piedade, tais como as "Meditações sobre a Paixão do Salvador", "Glórias de Maria", "Tratado da Castidade", "Visitas ao SS. Sacramento" e "Tratado sobre a oração".

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

UNS CONSELHOS OPORTUNOS


–Levantar cedo – é hábito precioso, indispensável à mãe de família. Procura-lhe a vantagem de ter muito tempo de folga antes do almoço para seus exercícios de piedade, para percorrer a casa, a ver se está tudo em ordem, se foram bem executadas suas ordens da véspera. Dá-lhe tempo para assear e vestir os filhos, repartir os trabalhos e tomar todas as providências necessárias.

–Seguir uma economia discreta – encanta o marido e educa os filhos e conserva as coisas. Partidária de tal economia, a mãe de família nada deixa perder, nada estraga; conserta, remenda, aproveita, zela, arrecada, guarda em boa ordem tudo, de modo que, quando é preciso, tem à mão o que quer, sem perder tempo e paciência em procuras inúteis.

Ela sabe que tudo tem serventia, e que não se deve desperdiçar a menor parcela do dom de Deus, como diz a Escritura (Eclo 14,14). Sabe que pequenas despesas inúteis fazem, afinal, a ruína e que vintens poupados dão, ao cabo de algum tempo, centenas de mil réis. Assim, por seu trabalho e economia, aumenta, como abelha solícita, os recursos da família, e até vale ao marido nos dias de maior apuro, não faltando aos pobres de quem é a providência visível.

Todos a louvam por trazer tudo em casa muito poupado, em grande ordem, asseio e lustre, evitando luxos e vaidades, contentando-se de modesta simplicidade, de forma a ser o menos onerosa possível a seu marido.

Infelizmente não imitam todas este seu exemplo. O gosto do luxo, das despesas supérfluas como as modas e enfeites, abre o abismo da ruína para muitas casas. Os maridos não têm coragem de resistir a importunas solicitações e se endividam. Endividado, que sossego, que alegria, que gosto mais podem ter? De que serve este luxo e esta vaidade, ó mulher frívola?

“Se ostentas em ouro aos olhos de teu marido, diz São João Crisóstomo, enquanto o coração dele está magoado, que fruto, que vantagens tiras tu daí? Encontre-se a mulher primorosamente vestida e mais ornada, ninguém nisso achará prazer, se tem o coração na aflição e na tristeza. Para nos regozijarmos com uma coisa, é mister estar alegre, é mister ter o coração contente. Ora, se todo o dinheiro é despendido em enfeitar o corpo da mulher, haverá vexame e penúria em casa e o marido não poderá saborear nem alegria nem satisfação.

Se queres agradar ao teu, esmera-te em dar-lhe gosto e lho darás, cortando enfeites supérfluos. Estas coisas parecem dar algum gosto nos primeiros dias das bodas, mas, pouco tempo depois, tornam-se sensaborosas e sem valia… Eu digo isto, conclue o santo doutor, porque desejo que vos enfeiteis com os adereços que São Paulo vos recomenda: Não com adereços de ouro, nem com pérolas, nem com vestidos suntuosos; mas com boas ações, como convém a senhoras que fazem profissão de piedade“.

– Ter o diário das despesas – Vários desarranjos e complicações evitam-se com isso. O diário informa a dona de casa sobre o estado financeiro da família, para trazer sempre em equilíbrio a receita com a despesa, ver os lucros realizáveis, evitar gastos inúteis e satisfazer assim as condições de uma boa e inteligente administração.

Fénelon propõe com muita sabedoria que as mães acostumem cedo as filhas a este bom governo doméstico. Observa que a prova de confiança com que as honra, encarregando-as de alguma coisa com a condição de prestar contas, lhe dá grandes estímulos e gostos.

Até aqui fala d. Macedo Costa, livremente citado no seu Livro da família…

Para tua orientação, leitora, divide tuas contas da seguinte forma:

Habitação – aluguel, consertos e enfeites.

Mobílias – compras indispensáveis, reparos necessários.

Alimentação – é um capítulo elástico, mas seria cálculo errado diminuí-la com sacrifício da saúde e bem estar dos filhos.

Vestidos – cuidado com as compras, com a conservação, limpeza e reforma das peças dos vestidos, etc.

Educação – escolas, divertimentos, obras de caridade.

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Maria Sempre!
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FONTE:ALVES, Padre Geraldo Pires de Souza. As três chamas do lar, São Paulo, 1958, pp. 304-307.

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Sobre a obra: 

Leitora, aceita este livro com mais este título para teu coração. Se alguém divergir de minhas ideias, não me condene por isso. Tome-se o tempo de refletir um pouco sobre elas. Nem sempre as ideias são como flores que encantam. Às vezes são como nozes, ásperas, mas só por fora. Vai também intercalada a encíclica do Santo Padre Pio XI, dirigida aos casados. Na maioria dos casos forma uma conclusão ao capítulo que a precede. Na Terceira Parte, extraídos do livro do P. Bethléem e livremente citados, seguem-se alguns trechos utilíssimos para a educadora. Vários assuntos de importância não puderam ser tratados. Pois, resumidos, pouco diriam e, desenvolvidos, aumentariam por demais o volume do livro. Grato serei a quem me expuser suas observações a respeito do que leu nestas páginas. Destina-se ao amparo das vocações de missionários redentoristas a renda desta publicação. As almas generosas este motivo dirá muito, convertendo-as em propagandistas do livro.

São Paulo, 18 de julho (festa da mãe e mártir santa Sinforosa) de 1938.

O Autor.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

IMACULADA CONCEIÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA





Que entendeis dizendo que Maria foi concebida sem pecado, ou, por outro modo, que vem a ser a sua conceição imaculada?

Entendo que, por um privilégio único, Maria foi concebida isenta da mácula do pecado original, da qual nascemos todos culpados, e que, desde o primeiro instante de sua existência, foi enriquecida com os tesouros das graça e adornada de todos os dons do Espírito Santo.

A conceição de Maria difere da dos outros homens sobretudo em dois pontos:

1) Foi a consequência de uma graça milagrosa concedida a seus piedosos pais, já velhos e naturalmente fora do período de terem filhos;

2) Foi perfeitamente pura e santa; por uma disposição especial da Providência e em vista do papel sublime que Maria devia desempenhar, esta santa Virgem foi isenta da mancha do pecado original.

Que é que valeu a Maria ser preservada da mancha original?

Sua qualidade de Mãe de Deus.

Efetivamente, de toda conveniência era que Maria, chamada à honra da maternidade divina, fosse sempre pura e imaculada. “A carne de Jesus sendo a carne de Maria”, segundo a expressão de Santo Agostinho, como admitir que o Salvador escolhesse, para formar seu corpo adorável, uma carne que tivesse sido manchada com as nódoas do pecado?

Quando Deus mandou construir o tabernáculo e, mais tarde, o templo de Salomão, deu as prescrições mais minuciosas para que tudo se fizesse numa ordem perfeita, para que a beleza e a riqueza das partes correspondessem à perfeição do conjunto; podia então permitir que Maria, destinada a ser o tabernáculo da nova aliança e o templo vivo da Divindade, fosse manchada pela mácula do pecado?!… Não, o Altíssimo, antes de escolher para si uma morada sobre a terra, começou, como diz o Salmista, por santificar seu tabernáculo. Maria será essa esposa bem-amada, da qual está escrito no livro dos Cânticos (Cant. IV, 7): “És infinitamente bela, e em ti não há macula alguma”.

Além disto, os teólogos ensinam-nos que nunca criatura alguma recebeu um dom qualquer sem que a Santíssima Virgem o tivesse recebido de antemão; donde se deduz, diz Santo Anselmo, que Deus, conservando puros milhões de anjos no meio da ruína de tantos outros, não podia deixar de preservar da queda comum a Mãe de seu Filho e a rainha dos anjos. Como crer, enfim, que Maria, a nova Eva; Maria, proclamada pelo Espírito Santo “bendita entre todas as mulheres”, fosse menos favorecida que nossa primeira mãe, criada na justiça e na inocência?

A crença na imaculada conceição de Maria não se apoia em outras provas?

Sim, esta crença, justificada aos olhos da razão, como acabamos de ver, é firmada ainda pela Escritura Sagrada e pela Tradição, dupla fonte das verdades de nossa santa fé.

Mostrai como é firmada pela Escritura Sagrada.

Todos os intérpretes, baseando-se sobre a autoridade da Igreja, reconhecem Maria na mulher anunciada a nossos primeiros pais como devendo fazer à serpente sedutora uma guerra irreconciliável e esmagar-lhe a cabeça. Mas, onde estaria a vitória de Maria se, pelo pecado original, tivesse sido, mesmo por um só instante, escrava do demônio?

O Antigo Testamento nos apresenta ainda muitas figuras do glorioso privilégio concedido a Maria, especialmente:

1º A arca de Noé, que não ficou submergida nas ondas impuras do dilúvio, mas salvou-se do naufrágio do mundo.

2º O lírio crescido no meio dos espinhos, de que se fala no livro dos Cânticos.

3º O velo de Gedeão, que fica seco enquanto a terra ao redor ficou inteiramente coberta de orvalho.

4º A piedosa rainha Ester, que é a única isenta da lei de morte, e pôde apresentar-se diante de seu real esposo e advogar a causa de seu povo.

Mostrai que a crença na imaculada conceição de Maria estriba-se na Tradição.

É constante que, em todos os séculos, desde a origem do Cristianismo, houve escritores que falaram da imaculada conceição de Maria. Os Santos Padres que não exprimiram diretamente este privilégio, supuseram-no claramente. Enfim, a Igreja Romana, “mãe e mestra de todas as Igrejas”, considerou sempre como incontestável a doutrina da conceição imaculada da Santíssima Virgem. As orações públicas e particulares, desde muito tempo em uso na Igreja, supõem essa doutrina, que foi proclamada e definida pela autoridade infalível do Papa, correspondendo ao desejo de todo o Episcopado católico.

Em que ocasião o Episcopado católico exprimiu seu desejo de ver definida dogmaticamente a imaculada conceição de Maria?

Por ocasião da encíclica pontifícia de 2 de fevereiro de 1849.

Por esta encíclica, feita em Gaeta, onde estava foragido para fugir das violências da revolução, o papa Pio IX, inculcou aos Bispos que mandassem fazer orações para implorar os socorros do céu sobre o Chefe da Igreja, e perguntou-lhes qual era o seu parecer e o de seus diocesanos acerca da definição dogmática da imaculada conceição de Maria.

543 Cardeais, Arcebispos e Bispos responderam. Todos esses veneráveis prelados foram unânimes em afirmarem que a crença na imaculada conceição existia em suas dioceses; quase todos solicitaram a definição pura e simples do dogma.

É uma verdade de fé católica a imaculada conceição de Maria?

Sim, a conceição imaculada de Maria é uma verdade de fé católica (verdade definida pela Igreja como tendo sido revelada por Deus, e que somos obrigados a crer sob pena de naufragar na fé). No dia 8 de dezembro de 1854, Pio IX decidiu e proclamou, em presença de mais de 200 bispos, que Maria não foi manchada pela culpa original, como foram os demais filhos de Adão.

[…] Bula Ineffabilis:

“Por isso … pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e pela nossa, declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina segundo a qual a bem-aventurada Virgem Maria foi, desde o primeiro instante da sua conceição, por uma graça e um privilégio especial de Deus todo-poderoso, em vista dos merecimentos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, preservada e isenta de qualquer mancha da culpa original, é revelada por Deus, e, por conseguinte, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis.

“Por isso, se alguém tivesse a presunção (praza a Deus que tal nunca aconteça) de admitir uma crença contrária à nossa definição, saiba que naufragou na fé e se separou da Igreja.”

Em que dia a Igreja celebra a festa da Imaculada Conceição de Maria?

Anualmente, no dia 8 de dezembro, a Igreja celebra, por uma festa especial, este gloriosíssimo privilégio de Maria.

A origem desta festa não é conhecida, de modo certo; sabe-se, porém, que se celebrava no Oriente desde o século VI e que, no meado do século XII, um decreto dos cônegos de Lião a introduziu na França, donde passou para a maior parte das Igrejas da Itália, Espanha e Alemanha. Uma bula do Papa Sixto IV, publicada em 1476, estendeu esta festa à Igreja universal.


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Maria Sempre!
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FONTE:ALVES, Padre Francisco. Explicação do Pequeno Catecismo de Nossa Senhora, São Paulo, 1915, pp. 48-55.

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Sobre o autor: (...) havendo percorrido todos os capítulos que ele se compõe, sou obrigado a dizer que de tantos livros, que enchem bibliotecas, escritos em louvor da excelsa Rainha do Céu, creio que não há um tão completo como este.

Eduardo, bispo de Uberaba, 1912.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

PECADOS CONTRA A CARIDADE


Assim como todo pecado é contrário ao amor de Deus, podemos também dizer que todo pecado contra o próximo viola a caridade fraterna. Mas há pecados que se orientam contra o amor do próximo, ferindo-o diretamente.

Os pecados de omissão, além, de muito frequentes, podem ser tão graves que levam até ao inferno, segundo as palavras de Jesus (Mt. 25, 42-43) e a condenação do rico avarento. Há outros pecados que estudaremos agora, com a preocupação de evitá-los, a fim de nos mantermos no amor do próximo, que é dos sinais de que vivemos na graça divina.



I. Ódio

1. Amar é querer o bem para o próximo. Odiar é querer o mal.

2. É diferente o sentimento que experimentamos contra os defeitos do próximo. “Amai os homens, e combatei os seus erros”. Mas esta detestação dos defeitos não atinge as pessoas.

3. Não é ódio a antipatia natural que nos causam algumas pessoas, ou mesmo o transtorno sensível que nos inspiram pessoas cuja presença nos lembra desgostos ou males que por sua causa padecemos. São movimentos instintivos, que não constituem pecado, embora os devamos refrear por serem um perigo para a caridade.

4. O ódio, em si, é pecado mortal, pois inverte totalmente a ordem estabelecida por Deus. “Quem odeia a seu irmão é homicida, e sabeis que nenhum homicida possui em si a vida eterna.” (Jo. 3, 15).

5. Constitui também uma verdadeira fonte de pecado: falseia a verdade, ora aumentando os defeitos reais, ora inventando-os; viola a justiça, negando ao próximo o que lhe é devido; favorece a calúnia, estimula à maledicência; levanta iras; fomenta rixas; estabelece discórdias entre famílias inteiras, passando, às vezes, de geração em geração; leva até ao homicídio.

II. Inveja

1. A inveja é a tristeza que se sente por causa dos bens do próximo. Toma-se a felicidade alheia como uma diminuição da própria. Daí o desejo de diminuí-la ou destruí-la, fazendo o mal ao próximo.

2. Quando o bem do próximo nos estimula, e nós queremos atingi-lo também, mas sem prejuízo a ninguém, não é inveja que sentimos. É uma legítima emulação, que leva à imitação das virtudes, muito natural, recomendada por São Paulo (Hb. 10, 24), aconselhada pela Igreja ao nos apresentar os exemplos dos santos, intimada pelo próprio Cristo, que se apresentou como nosso modelo (Mt. 11, 29).

3. Em si, é a inveja um pecado mortal, porque transtorna inteiramente a ordem da caridade, que é nos alegrarmos dos bens alheios.

4. Lamentavelmente são também as conseqüências da inveja.

Para diminuir o próximo, desacredita-o com maledicências e calúnias, praticando injustiças, fomentando discórdias, criando inimizades, dividindo famílias, perturbando a paz, impedindo o bem pela desunião dos bons (entre católicos). Foi a inveja que cometeu o primeiro crime do mundo (Caim: Gn. 4, 8), vendeu o irmão como escravo (José: Gn. 37, 28), inspirou a Saul a morte de Davi (1 Reg. 19, 8-10), consumou a morte do próprio Filho de Deus: “Porque sabia que o tinham entregado por inveja” (Mt. 27, 18).

III. Vingança

1. Condenada por Cristo: “Não pagueis o mal com o mal” (Mt. 5, 31), a vingança é um pecado que revela maus sentimentos e baixeza moral.

2. O verdadeiro cristão sabe perdoar as injúrias que recebe. “Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos”. A parábola dos dois devedores (Mt. 18, 21-35) mostra como serão tratados os que não querem perdoar.

IV. Escândalo

1. Escândalo (no grego significa tropeço) é uma palavra, ação ou omissão que dá ao próximo ocasião de pecado.

2. Se a pessoa faz isto com a intenção de levar o próximo ao pecado, sua falta é muito grave, mais grave do que o homicídio, porque mata a alma.

“Ai daquele homem por quem vier o escândalo. Melhor seria que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho e o atirassem ao fundo do mar” (Mt. 18, 7).

3. Quem dá um escândalo fica responsável por todos os pecados que se cometem por sua causa. Ainda hoje proliferam escândalos dados há séculos. (Dar exemplos históricos).

4. Um bom cristão evitará mesmo algumas ações, que são boas mas possam escandalizar o próximo. É que a caridade obriga a evitar a ruína espiritual do próximo.


Para viver a doutrina

1. Tratemos com caridade as pessoas antipáticas, e estaremos praticando a caridade, melhor do que se as simpatizássemos.

2. Evitemos as pessoas cuja amizade não nos convém, cuja convivência nos é prejudicial. Isto não é inimizade, é prudência.

3. Pessoas elevadas gostam de ver a prosperidade alheia, e de ajudar o próximo em suas dificuldades. Dá mostra de nobreza quem se alegra com as boas notas dos colegas, a fortuna dos amigos, a prosperidade dos outros.

4. Em geral, é nossa ambição, vaidade, excessivo amor-próprio, desejo de louvor, etc., a verdadeira causa da inveja. Sofreríamos as paixões, moderando-nos, e sentiríamos o direito que têm os outros de ser felizes. E seríamos nós muito mais felizes. Porque o invejoso é realmente infeliz: sofre de sua própria desgraça e da felicidade dos outros...

5. Acostumemo-nos a perdoar o que sofremos. O perdão é o melhor sinal de que amamos a Deus no próximo. Ordena Jesus que nos reconciliemos sem demora. (Mt. 5, 25). O perdão eleva os homens como elevou a José diante dos próprios irmãos que o venderam.

6. Levando uma boa vida cristã, evitarei facilmente qualquer escândalo ao próximo. E nisto eu serei bastante cuidadoso, porque o mau exemplo de um católico recai também sobre a Igreja, que os ímpios frequentemente acusam por causa dos erros individuais. Brilhem nossas boas obras diante dos homens para que Deus seja por todos glorificado (Mt. 5, 16).

7. Entre os jovens são, infelizmente, muito comuns conversas, cantigas e anedotas más, fonte, quase sempre, de graves ruínas. Não somente devemos evitá-las, mas impedir que outros as tenham. Às vezes, uma atitude séria basta. Outras vezes, é preciso dizer expressamente nosso desagrado, ou mesmo retirar-nos – sem nenhum receio de desagradar.

8. Pior que Herodes, o matador dos inocentes, é quem escandaliza as crianças, porque lhes tira a vida sobrenatural. No entanto, por minhas palavras, meu procedimento, eu posso em casa, no colégio ou na sociedade, escandalizar meus irmãos menores ou outras crianças. (De que maneira?). Muito cuidado, pois.

9. Para quem ama a Deus e quer a salvação do próximo, não escandalizar é pouco. Mesmo o apostolado do bom exemplo não basta. Desenvolverei um apostolado mais ativo, no meio em que vivo, a fim de afastar meus companheiros do pecado e conseguir que permaneçam no estado de graça. (Como há de ser este apostolado?).
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Maria Sempre!
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FONTE: NEGROMONTE, Monsenhor Álvaro. O caminho da vida. Editora José Olympio, 15ª edição, 1957, p. 212-217.
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Sobre o autor: Monsenhor Álvaro Negromonte nasceu em 26 de outubro de 1901, no Engenho Gameleira, em Timbaúba. Entrou no Seminário de Olinda aos treze anos de idade e ordenou-se sacerdote em 08 de junho de 1924. Foi designado logo após diretor do Colégio Diocesano e capelão do Colégio Santa Cristina, em Nazaré da Mata. Em 1927, transferiu-se para Minas Gerais, onde passou a exercer a capelania do hospital de Ituna, para depois fixar-se em Belo Horizonte. E foi na capital mineira que o padre Álvaro iniciou realmente sua brilhante carreira sacerdotal. Foi secretário do Arcebispado, capelão do Hospital Carlos Chagas, professor de catequética no seminário de Belo Horizonte, fundador e reitor do Instituo Católico de Cultura. Vice-presidente da Sociedade Pestalozzi e vice-diretor Arquidiocesano do Ensino Religioso. Seu primeiro livro, “O Caminho da Vida”, ao qual se seguiu Pedagoia do Catecismo, de 1936, que sintetiza os princípios pedagógicos de renovação catequética, realizada na serie dos livros textos. De Minas, onde seu nome se propagara com brilho, como educador dos mais ilustres, foi para o Rio de Janeiro, centro irradiador por excelência, onde foi designado, em 1945, orientador educacional do Serviço de Assistência a Menores do Ministério da Justiça, cargo que exerceu com brilhantismo. Já no Rio, publica os livros: “Educação Sexual, Noivos e Esposos” e “O que fazer de seu filho”, onde já encara de frente, com prudência mas sadia e indispensável objetividade já louvada por Tristão de Athayde, os complexos e difíceis problemas da educação sexual e do matrimônio no primeiro livro e os da educação dos filhos no último. Em 1950, foi diretor do ensino religioso na Arquidiocese do Rio e nesse mesmo ano representou o Brasil no Congresso Internacioanl de Catequética realizado em Roma. Em 1956, foi Monsenhor (camareiro) de S.S.o Papa Pio XII. Faleceu em 1964.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A LÍNGUA


A boca e o coração 

Quantas coisas não se podem dizer da língua, das suas elevações e abismos, das suas contradições! Basta respigar por cima, como acabamos de fazer, na Sagrada Escritura, para dar razão ao sentido pesar com que São Tiago escreve: Com ela [com a língua] bendizemos o Senhor nosso Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procedem a bênção e a maldição. Não convém, meus irmãos, que seja assim! Porventura lança uma fonte por uma mesma bica água doce e água amarga? Acaso, meus irmãos, pode a figueira dar azeitonas ou a videira dar figos? (Tg 3, 9-12). 

São palavras bem sentidas do Apóstolo, que apontam – falando sempre com imagens plásticas, como Jesus – diretamente para a “fonte”, para a raiz de onde brotam os bons e os maus influxos da língua. Trazem à memória os ensinamentos de Cristo: Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto, porquanto cada árvore se conhece pelo seu fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas dos abrolhos. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio (Lc 6, 43-45).

Se quisermos uma chave para tudo quanto se possa dizer acerca da língua, estas últimas palavras de Jesus no-la dão. Elas vão ser como que um pano de fundo para todas as reflexões que virão a seguir e que visam contemplar a língua com olhos cristãos.



E, a propósito disto, vem-me à memória uma lembrança da infância, que é comum com certeza a muitos outros um pouco menos jovens. Quando – coisa não rara num garoto – irrompia uma indisposição intestinal que ia um pouco além do trivial cotidiano, aparecia em casa o doutor, essa figura impagável e inesquecível do médico de família. O Dr. Henrique, sempre um pouco despenteado à la Einstein, invariavelmente, após informar-se dos sintomas e das possíveis causas (“que andou comendo este moleque?”), ordenava: – “Mostre a língua! Tire a língua!” E as crianças sabíamos que, das tonalidades da pequena língua esbranquiçada e às vezes sulcada de estranhos regos, o doutor amigo tiraria conclusões certíssimas, que se traduziriam numa receita indecifrável para todos exceto para o honesto farmacêutico que a manipularia.

Penso que o Senhor poderia dizer-nos também, como Médico divino: “Mostra-me a língua, e eu te farei ver o teu coração, porque as tuas palavras – com as suas mil tonalidades, cargas, intenções e acentos – são um retrato falado do teu coração: dos teus sentimentos mais íntimos, das tuas purezas e sujidades, dos teus tesouros espirituais e das tuas carências lastimáveis. Não me esqueças nunca que a boca fala daquilo de que o coração está cheio”.

Mostrar a língua, ver a língua e as suas fontes, procurar o modo de limpá-la, de elevá-la aos níveis do amor cristão e de torná-la instrumento da caridade e da verdade de Cristo, eis o objetivo.

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Maria Sempre!
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FONTE: FAUS, Padre Francisco. A línguaEd. Quadrante, 1996. Pg. 5-6.
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Sobre o autor: Francisco Faus é licenciado em Direito pela Universidade de Barcelona e Doutor em Direito Canônico pela Universidade de São Tomás de Aquino de Roma. Ordenado sacerdote em 1955, reside em São Paulo, onde exerce uma intensa atividade de atenção espiritual entre estudantes universitários e profissionais. Autor de diversas obras literárias, algumas delas premiadas, já publicou na coleção Temas Cristãos, entre os títulos mais recentes, O homem bom e Lágrimas de Cristo, lágrimas dos homens.

sábado, 28 de setembro de 2019

PIZZA DE LIQUIDIFICADOR


Nada melhor do que comer uma bela pizza caseira no fim de semana, não é?

Além de ficar muito gostosa, esta receita é super fácil e prática.

Hora de colocar a mão na massa!


INGREDIENTES

●1 xícara de leite
●1 ovo
●1 colher (sopa) de margarina
●1 e 1/2 xícara de farinha de trigo
●1 colher (sopa) de fermento em pó
●1 pitada de sal
●1/2 sachê de molho de tomate
●2 tomates
●Orégano, sal, pimenta, azeite, azeitona, presunto e mussarela a gosto


MODO DE PREPARO

1. Bater no liquidificador: leite, ovo, margarina, farinha, fermento e sal.
2. Colocar em uma forma de 30 cm untada com margarina e levar ao forno pré aquecido a 180° graus por cerca de 20 minutos.
3. Retirar do forno e espalhar o molho de tomate.
4. Cobrir com presunto, mussarela, azeitona e distribuir os tomates em rodelas.
5. Salpicar sal, orégano, pimenta e regar com azeite.
6. Levar ao forno novamente até que derreta a mussarela.
7. Você pode fazer pizza de calabresa, quatro queijos ou frango desfiado, basta substituir os ingredientes.

Bom apetite!