quarta-feira, 14 de novembro de 2018

DO ZELO DE UM FILHO DE MARIA PARA COM OS INTERESSES DE SUA MÃE


Maria - Meu filho, sou tua mãe. Disso te dou constantes provas. És meu filho, pelo que me rendes homenagens. Em teu auxílio me chamas nas tentações e nas lágrimas. Em meu poder confias ao lado de Jesus. Mas, meu filho, entre todos os meios com que me testemunhas o teu amor, um há de que descuras muito.

O Servo - Dignai, Senhora, de me ensinar, pois nada mais quero, Maria, que cumprir todos os meus deveres em relação a Vós.

Maria Não tens procurado o que é de minha honra e glória. Até parece, filho, que muitas vezes te molesta o ficares ao meu lado diante daqueles que me atacam.

Defende com o teu zelo os meus interesses. Faze a tua mãe honrada, glorificada e amada. Imita o zelo que eu tenho por ti!

Não é bastante que me dês, depois de Jesus, o teu coração, mas é necessário que outros corações conquistes para mim.

Vê, meu filho, vê os esforços que faz a heresia ainda, dia a dia, por abolir o meu culto ou enfraquecê-lo. A ti cumpre a reparação desse ultrajes como puderes.

O Servo - Na verdade, Senhora, o inferno sempre rugiu contra vós. O nome de Maria é sempre odioso para o inferno. Sois a mulher de que falara o Senhor no começo do mundo, a qual "devia" um dia esmagar a cabeça da serpente (Gn 3,15). Eis aí a razão do ódio que os demônios vomitam contra vós, mas em vão. Bem lhes fora, aos do inferno, que a Vós não recorressem os homens; se pudessem, bem lhes fora que em nossos corações se apagasse a confiança no vosso poder, só inferior ao Soberano Senhor. Porquanto, bem lhes fora arrastar todos os homens para os infernos. Infinitamente glorioso é para Maria que os hereges se elevem audaciosamente contra o seu Nome. Bem glorioso lhe é ter por inimigos os próprios inimigos de Jesus! "Torre de Davi" (Ct 4,4), as armas dos inimigos vos servirão de troféu!

Deus há de suscitar zelosos defensores de vossa glória. Oh! Não, não, Senhora! "As portas do inferno não prevalecerão contra vós!". Que de graças a Deus rendo por ter nascido no seio da verdadeira Igreja, onde só ventura tenho de vos conhecer e vos amar.

Todavia, se vos amo, no dever me sinto de defender os vossos interesses, aproveitando as ocasiões de defender a vossa glória. Para o futuro, hei de diligenciar, a fim de que aumente o número dos que vos servem. Hei de sugerir oportunamente aos meus pais e amigos e pessoas íntimas exercícios devotos em honra vossa, achando prazer em me encontrar sempre junto aos que vos aclamam.

E se por palavras me não for dado reacender nos corações tíbios o amor que vos é devido, eu o procurarei, ao menos, fazer pelos meus exemplos.

Sobretudo não mais permitirei que em minha presença vos ataquem. Ai! Quem vos não conhece, também não merece que o conheça; pelo que, amigo não quero nunca que não vos ame também.
Rogo a Deus que derrame as suas graças nos corações de todos os homens, a fim de que todos, chegando ao conhecimento e ao amor do Senhor Jesus, também o façam em relação à Mãe de Jesus. De resto, como podem os homens ser vazios de coração ante o objeto das complacências do próprio Deus, que é o Sagrado Coração de Maria?

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Maria Sempre!
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FONTE: Religioso Anônimo. Imitação de Maria. Cultor de livros, 2014. Pg. 353-356.
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Sobre a obra: Imitação de Maria foi escrita por um Cônego Premonstratense da Abadia de Marchtal, na Baviera. O manuscrito, do qual não consta o nome do autor, foi encontrado pelo Cônego Sebastião Sailer, da mesma Abadia, e publicado em 1764. A segunda edição latina apareceu em 1768. Nela declara o Cônego Sailer que juntou várias adições ou ampliações à primeira edição de 1764. Igualmente promete publicar a tradução alemã do livrinho, o que fez em 1769. Novas edições datam de 1772 e de 1787. 
Outra tradução da edição de 1764 apareceu em Colônia em 1773. Uma terceira tradução foi feita por Michael Schullere e publicada por Fred. Pustet em 1876 e em 1881. A tradução francesa apareceu em 1876, a espanhola em 1885, a flamenga em 1896. Nos Estados Unidos foi publicada uma tradução inglesa nos Annals of St. Joseph. No Brasil, a 1ª edição saiu a lume em 1934 e a 3ª, em 1949. 
O título original é: "Kempensis Marianus sive Libellus de Imitatione Mariae Virginis et Matris Dei". 
Cônego Guilherme  Adriaansen, O. Prem.

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