Devemos aproximar-nos da mãe, pois a mãe não se compreende, ama-se. Os seus beijos, as lágrimas dos seus olhos, a sua oração, dizem o que é a mãe. Mãe, mãe querida! Quantas coisas sem limites dizem essas palavras e que força fascinante não reside nelas!
Os filhos estão cansados de brincar e querem aprender outro jogo: "Cada qual vai procurar a mais bela palavra que há no mundo e, quando vier o pai, ele decidirá quem encontrou a palavra mais bela".
Eles e elas calam-se e pensam qual será a palavra mais bela e; cada um no seu canto para não ser visto pelos outros, escreve-a num pedaço de papel. Depois do jantar é o momento da grande decisão. O pai proclama: a mais bela palavra do mundo é "mãe".
Tinha escrito um petiz de sete anos.
Diz-me uma palavra, se a conheces
feita de música e de harmonia,
de canções e de lendas,
de sorrisos e de lágrimas,
de tesouros e de pérolas,
de raios de sol e de luares,
de espelhos de mar e
de perfume de rosas,
da ansiedade
de lágrimas nos olhos.
Diz-me uma palavra,
mas não encontrarás mais bela e
pura do que esta:"Mãe"!
pura do que esta:"Mãe"!
(Németh lstvan)
Esta palavra tem em cada língua um acento peculiar. Parece um lamento ou a queixa de um clarim longínquo e encantado, alegra como os sinos dourados de um carrilhão e quando a pronunciamos, o nosso coração vibra nos nossos lábios. Existe algum ser a quem estejamos mais intimamente unidos, de alma e coração, do que à nossa mãe? Há alguma palavra que nos comova mais profundamente do que essa? Quanto mais longa é a nossa vida e mais o mundo se abre diante de nós, tanto mais devemos admirar essa maravilha que é a mãe. E quanto mais a vida nos tiver ensinado, tanto mais bela e mais profunda será para nós essa palavra.
Então, o que é a mãe?
Tu és a fonte de que eu brotei, tu és a raiz de que eu nasci, tu és a porta por onde entrei na vida.
(Bisztray Gyula).
A mãe, li-o uma vez, é o fogo, e os filhos
são a luz. A claridade da luz mostra-nos a intensidade do fogo.
A mãe é a videira, e os filhos os ramos. Pelos ramos podemos ver o verdadeiro valor da videira.
A mãe é a árvore da vida e os filhos são os frutos. O Salvador disse: "Pelos frutos se conhece a árvore".
A mãe é o relógio, e os filhos os ponteiros. Estes dizem-nos a hora que soou.
A mãe é a pena, e os filhos os escritos. É por estes que se conhece o escritor.
A mãe é o leme, e os filhos o frágil barquinho. Ela vai para onde o leme a conduz.
A mãe é a rainha e os filhos os súditos. Sob o cedro de uma mãe prudente, os filhos vivem contentes e felizes.
A mãe é a maior maravilha e o maior mistério. A humanidade alegre, a humanidade que sofre, estremece e comove-se diante dessa palavra.
Anjo da Guarda! Não sou eu a dar-te o nome: Agostinho e Ozanam assim te chamaram. Mãe, anjo da guarda, que nos protege sob as suas asas e que, por entre os escolhos e abismos, nos indica o caminho seguro. Tu és um reflexo da providência divina, o olhar vigilante do anjo da guarda. Tudo isto são símbolos e imagens porque nenhum homem pode exprimir o que a mãe representa para ele, apenas pode dizer que, depois de Deus, é a maior graça e o maior bem que possui.
É uma palavra sagrada, é um nome bendito que acode aos nossos lábios quando mal sabemos balbuciar o que está sempre no mais íntimo do coração, enquanto o coração continua a latejar. É um nome bendito e sagrado para além do túmulo, porque é o arauto e, ao mesmo tempo, o resumo de quanto há de mais belo na terra: o amor materno.
Feliz dia das mães!
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Maria Sempre!
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FONTE: MINDSZENTY, Cardeal József. A mãe. Editora Aster, 2ª edição, 1956, p. 71-73.
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Sobre a obra: [...] O Cardeal considerou a mãe "a sua melhor colaboradora para a fundação do Reino de Deus", e por isso a sua obra embora escrita num estilo cheio de poesia e de delicadeza, tem por fim formar mães católicas, autênticas "mulheres fortes", que eduquem à sombra da Igreja, e sejam os pilares em que se apoie a cristandade das gerações futuras. Acolhido com verdadeiro entusiamo pelo povo húngaro, "A MÃE" não tardou a figurar entre os livros proibidos pelo governo comunista da Hungria, sendo severamente castigado quem o possuísse clandestinamente. Mas a voz do Cardeal continuou a ouvir-se em todo o mundo, e "A MÃE" teve em Portugal o mesmo acolhimento que na Alemanha, na França e nos Estados Unidos. [...]
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