quinta-feira, 19 de março de 2020

SÃO JOSÉ - ESPERANÇA DOS ENFERMOS


Não é somente o corpo que está sujeito a enfermidade; há também almas enfermas, corações alquebrados, dores físicas e dores morais. Para umas é muitas vezes impotente a medicina para outras é inútil recorrer aos médicos. Assim, esgotados os recursos da ciência, quando a moléstia se tornou incurável ou quando a enfermidade afeta não o corpo mas a alma, que resta ao pobre enfermo? Gemer, sofrer no seu leito de dores, sem esperança de alívio?Sentir para sempre a alma pungida pelo remorso, ou o coração dilacerado pelos sofrimentos morais? Não ; há um bálsamo suavíssimo que alivia todas as dores, que cura todas as almas, que conforta todos os corações : é a religião. Só ela tem a virtude maravilhosa de inspirar aos enfermos, nas dores físicas, a resignação e a esperança; de incutir nas almas, quando o mal é moral, o arrependimento que salva, e derramar nos corações que padecem o precioso calmante da confiança em Deus.

Dores físicas, tormentos de consciência, amarguras do coração, todos os males que afligem a humanidade, encontram remédio e conforto no bálsamo da religião. E quais são os dispensadores dessa medicina celeste? Maria Santíssima e S. José. A Virgem, porque, segundo S. Bernardo, Deus quer que todas as graças, todos os favores que Ele nos concede passem pelas mãos de Maria; S. José, porque, como Esposo da Santíssima Virgem, participante dos seus méritos e da sua alta dignidade, acompanhando-a sempre nas súplicas com que intercede por nós, nessa comunhão inefável de pensamento e de amor em que viveram na terra e continua no céu, S. José também participa do privilégio de Maria, na distribuição dos dons celestes. Como o antigo José, ministro do Faraó, foi o distribuidor dos dons do seu rei aos povos do Egito nas calamidades da fome, o nosso do qual o primeiro foi a imagem viva (1), é também como auxiliar de Maria, o dispensador das graças, sob os olhos compassivos da Santíssima Virgem, que nisso tanto se compraz. Ela que é a saúde dos enfermos, reparte com o seu castíssimo Esposo a missão caridosa de velar junto ao leito dos que sofrem, quando eles a invocam nas convulsões de suas dores, para lhes dar alívio e conforto.

E quando se trata das enfermidades morais, das consciências manchadas pelo pecado ou das angústias do coração, é depois de Maria ou conjuntamente com ela, que devemos invocar com toda confiança o Patrocínio de S. José, como refúgio dos enfermos, não só para as nossas próprias misérias como para a conversão de nossos irmãos. Sentindo o coração oprimido de amarguras, tribulações e angústias, lembrem-se todos do Patriarca S. José, que foi o Santo das tribulações. Ele é o bálsamo dulcíssimo, o remédio eficaz para todas as dores, todos os sofrimentos físicos e morais, que nos assaltam na vida. Nunca se ouviu dizer que tendo alguém recorrido a S. José, fosse por ele desamparado.

(1) Leão III, Encicl. cit.

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Maria Sempre!
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FONTE: SALESIANAS, Escolas Profissionais. Florilégio de São José - Breves meditações para o mês de março. Salesianas . São Paulo, 1911. Pg. 85- 87.
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Sobre a obra:  Aprovando e abençoando o "Florilégio de S. José", fruto das piedosas meditações de um dos nossos amados diocesanos, concebemos cem dias de indulgência, na forma costumada da Igreja, a todos os fiéis que o lerem com a intenção de honrar ao glorioso patriarca, cuja devoção desejamos cada vez mais popularizada nesta Arquidiocese. 
Duarte, Arceb. Metrop.

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