domingo, 2 de fevereiro de 2020

SENTIMENTOS QUE DEVEM VIBRAR NA ALMA QUE ENTRA NA POSSE DE JESUS PELA COMUNHÃO

Maria - Meu Filho, quando na Sagrada Mesa receberes a Jesus, quando esse bom Jesus começar a descansar no teu coração, esforça-te por imitar os sentimentos que me animavam quando eu o trazia em meu seio.

O Servo - Ó Maria, nenhum espírito humano pode conceber, linguagem alguma pode exprimir (só Deus!) quais os vossos sentimentos, as vibrações de vossa alma.

Fé, humildade e zelo, reconhecimento e amor, todas as virtudes ocupavam plenamente aqueles meses em que o Divino Verbo habitou no vosso castíssimo ventre.

Maria - Meu filho, se bem entendesses o preço da graça que te concede Jesus, quando a ti se entrega no sacramento do amor, e quais os sentimentos de que estava povoada a sua alma, toda cheia de ti, não Lhe recusarias talvez sentimentos equivalentes. A criatura visitada pelo Criador! Um pobre visitado pelo Rei da Glória! Uma alma aflita, pelo Consolador Celeste! Um homem que é só pecado, por Aquele que é a Santidade mesma!

Humilha-te profundamente diante dele, exalta a Sua bondade infinitamente elevada acima de todas as tuas concepções. Detesta as tuas passadas ingratidões. Implora o seu socorro para o futuro. Promete-lhe eterna fidelidade. Entrega-te aos transportes da mais pura alegria. Roga aos Anjos e Santos para que rendam ações de graças a Jesus, as quais correspondam, se possível, ao magnífico dom que te concede. Desperta em ti desejos de que um Deus tão amável e tão bom seja amado e glorificado na terra qual é no céu.

Abre o teu coração ao fogo do seu amor e deseja ser consumido por ele. Oferece-Lhe em reconhecimento de Seus benefícios, e para suprir a tua fraqueza, todos os sentimentos das almas santas que o recebam no mesmo sacramento com devoção e amor.

Oferece-lhe sobretudo os sentimentos de que Ele me fez a graça de me tornar plena, quando pela Encarnação a mim se uniu tão intimamente. Pensa nas virtudes, de que tão grandes exemplos te fornece na Eucaristia, particularmente em Sua humildade; e pede-lhe a graça de imitá-lo! neste Sacramento não só oculta se acha a Sua divindade, mas a Sua humanidade também. De Jesus nada aparece aí senão aos olhos de tua fé.

Pede-lhe o amor da vida oculta e abjeta, o fugires à evidência e às honras, o obrares sem intenção de atrair sobre ti as vistas e estima públicas.

Neste sacramento, Jesus é o objeto de desprezo para muitos homens e da indiferença de muitos corações que Lhe dão pouco, ao mundo muito e a si mesmos tudo. Suplica-lhe a graça de suportar pacientemente injúrias e contraditas.

Eis, aí está, meu filho, o de que te ocupares na comunhão, durante o dia inteiro em que tiveste a ventura de receber Jesus.

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Maria Sempre!
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FONTE: Religioso Anônimo. Imitação de Maria. Cultor de livros, 2014. Pg. 70-72.
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Sobre a obra: Imitação de Maria foi escrita por um Cônego Premonstratense da Abadia de Marchtal, na Baviera. O manuscrito, do qual não consta o nome do autor, foi encontrado pelo Cônego Sebastião Sailer, da mesma Abadia, e publicado em 1764. A segunda edição latina apareceu em 1768. Nela declara o Cônego Sailer que juntou várias adições ou ampliações à primeira edição de 1764. Igualmente promete publicar a tradução alemã do livrinho, o que fez em 1769. Novas edições datam de 1772 e de 1787. 
Outra tradução da edição de 1764 apareceu em Colônia em 1773. Uma terceira tradução foi feita por Michael Schullere e publicada por Fred. Pustet em 1876 e em 1881. A tradução francesa apareceu em 1876, a espanhola em 1885, a flamenga em 1896. Nos Estados Unidos foi publicada uma tradução inglesa nos Annals of St. Joseph. No Brasil, a 1ª edição saiu a lume em 1934 e a 3ª, em 1949. 
O título original é: "Kempensis Marianus sive Libellus de Imitatione Mariae Virginis et Matris Dei". 
Cônego Guilherme  Adriaansen, O. Prem.

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