sábado, 29 de agosto de 2020

ECONOMIA NO LAR


O que é  economia no lar?

O que a dona de casa deve fazer para que seu lar seja bem administrado?

Veja estas preciosas dicas que o Padre Geraldo Pires traz em seu livro " As três chamas do lar":

A arte de guardar a justa medida entre as rendas e despesas chama-se economia. As despesas precisam corresponder às verdadeiras necessidades da casa e aos seus reais recursos financeiros. Se elas são exageradas, temos o esbanjamento. Se ficam aquém do que é conveniente e justo, temos a avareza.

Ser fácil em atender a todos os desejos de compras dos filhos é prodigalidade, leitora. Mas é avareza não querer comprar o que é necessário e adequado às posses da família. Deus recomenda várias vezes nos Livros Santos a prática da economia, "a arte de bem governar a casa". Já a leitora leu o que se diz da mulher-modelo. Hábeis lhe são as mãos e incansável é o seu espírito de iniciativa. Sua casa não tem receio do frio e das intempéries. Pois os seus domésticos estão bem vestidos e agasalhados.

No Evangelho lemos a recomendação de Nosso Senhor, após a multiplicação dos pães: Recolhei o que restou, para que não se perca.

Os pais precisam cultivar o espírito de economia, porque aos filhos devem deixar algum amparo na vida. "Não aos filhos toca ajuntar para os pais, mas a estes para os filhos" - reza a palavra de São Paulo. Muitas virtudes se praticam no exercício desta arte de economizar. Humildade e simplicidade, laboriosidade e mortificação andam juntas na vida de quem cuida da economia doméstica.

Material e moralmente prospera a família neste caso. Pois a mão aberta para gastar é sempre guiada, mais cedo ou mais tarde, por qualquer vício atrás do qual vem a miséria e o infortúnio. Damos aqui cinco normas práticas para a leitora desejosa de trilhar o caminho louvado por Deus.

Não deixa estragar-se nada - Lafitte, filho de um lenhador, foi pedir colocação num banco. Disseram-lhe que não havia vaga. Ao retirar-se, vendo no chão um alfinete, pegou-o e o prendeu no casaco. Seu gesto, percebido pelo banqueiro, por ele foi apreciado. Dias depois Lafitte estava colocado, tornando-se anos mais tarde sucessor do seu patrão. Em tua casa, leitora, quantos alfinetes se enferrujam pelo chão, esquecidos e abandonados? E se fossem apenas alfinetes.

Acabar com as despesas desnecessárias - Quem não sabe governar sua casa encontra-se frequentemente na precisão de gastar. Não soube ou não se lembra de dar uma ordem em tempo oportuno, poupando com ela despesas.

Muitos objetos são comprados inutilmente. Foram vistos numa vitrina, anunciados num jornal, elogiado por uma amiga - e eis que a patroa já não pode viver sem eles. Igualmente desnecessária é a despesa que, por ser feita fora de hora, se tornou maior. A dona de casa não soube prever a alta do preço, nesta ou naquela época do ano.

Fazer em casa o que se pode fazer - Isso de entregar às mãos alheias encomendas que, em casa, a habilidade da dona poderia despachar, é antieconômico. Muito vestido e muita costura vai para fora, estragando-se, só porque mãe e filhas moças não querem incomodar-se. É mau exemplo o forma hábitos censuráveis tal sistema, leitora.

Uma criada, ajudada pela patroa e pelas filhas, dá conta do serviço? Por que, então, por vaidade ou por preguiça, manter duas em casa?

Fugir das dívidas - Já vimos o mal que as dívidas acarretam à esposa e mãe. Por conseguinte, leitora, seguirás à risca este princípio: Nunca ficar devendo! Pagando à hora serás melhor servida e gastarás menos. Há até um ditado que diz: Enriquece quem paga suas dívidas.

Anotar as rendas e as despesas - Desta forma saberás às quantas andam tuas perspectivas financeiras. Os algarismos dirão com toda a frieza até aonde poderás ir com as compras. Dirão se isto ou aquilo poderá ser com prado ou não. Além disso, são também avisos para voltar atrás. O marido terá mais confiança na esposa e os filhos têm diante de si a lista exata dos sacrifícios financeiros dos pais, quando trabalham para vesti-los e educá-los.

Faltando a escrituração, nunca a dona de casa poderá dizer em que ponto andam suas reservas, ou em que ponto deve cortar as despesas.

A economia impõe-se porque neste mundo somos somente administradores dos bens concedidos por Deus. A Ele daremos contas de cada tostão gasto.


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Maria Sempre!
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FONTE:ALVES, Padre Geraldo Pires de Souza. As três chamas do lar, São Paulo, 1958, pp. 281-283.

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Sobre a obra:  
Leitora, aceita este livro com mais este título para teu coração. Se alguém divergir de minhas ideias, não me condene por isso. Tome-se o tempo de refletir um pouco sobre elas. Nem sempre as ideias são como flores que encantam. Às vezes são como nozes, ásperas, mas só por fora. Vai também intercalada a encíclica do Santo Padre Pio XI, dirigida aos casados. Na maioria dos casos forma uma conclusão ao capítulo que a precede. Na Terceira Parte, extraídos do livro do P. Bethléem e livremente citados, seguem-se alguns trechos utilíssimos para a educadora. Vários assuntos de importância não puderam ser tratados. Pois, resumidos, pouco diriam e, desenvolvidos, aumentariam por demais o volume do livro. Grato serei a quem me expuser suas observações a respeito do que leu nestas páginas. Destina-se ao amparo das vocações de missionários redentoristas a renda desta publicação. As almas generosas este motivo dirá muito, convertendo-as em propagandistas do livro.

São Paulo, 18 de julho (festa da mãe e mártir santa Sinforosa) de 1938.

O Autor.

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