sábado, 24 de abril de 2021

COMO CORRIGIR O SEU FILHO



Como mãe, uma de nossas funções é ensinar nosso filho a se comportar. É um trabalho que requer tempo e paciência. Porém, ouvimos tantas opiniões diferentes que não sabemos se estamos agindo corretamente. Afinal de contas, como devo corrigir o meu filho?

Não há nada mais falso e mais cruel para a própria criança do que essa errônea sensibilidade que consiste em inclinar-se diante dos caprichos e faltas, sob o pretexto de que se trata apenas de uma criança. É claro que não se cogita de brutalizá-la; mas, erigir em princípio ser preciso não impor às crianças qualquer sofrimento, mesmo leve, é um absurdo que levará a criança a se tornar o nosso próprio tirano.

A punição, para ser educativa, isto é, para formar a consciência, deve sempre ser dosada, ou melhor, adaptada à idade da criança, ao seu caráter, ao seu temperamento, bem como às circunstâncias da falta. O mau jeito é uma coisa, a maldade, outra. Uma coisa é uma irreflexão, outra uma falta de respeito.

As crianças punidas com muita frequência terminam por suportar alegremente os castigos, como suportam os raros momentos desagradáveis de suas existências.

Que fazer quando a uma sanção a criança responde: "Não me importo"?

1. Não responder ao pé da letra: "Também eu", ou então: "Tanto melhor se não te importas!"

2. Não ameaçar com uma sanção mais forte : "Uma vez que não te importas, está provado que não te bati o suficiente."

3. Dizer simplesmente: "Meu fim não é o de te ser desagradável, mas o de te dar ocasião de refletir, de te acalmar ou de te impedir que incomodes os outros."

Na maioria das vezes, a doçura após a correção fará com que a criança compreenda o fim verdadeiro de vossa imaginação.

Refleti antes de proferir uma ameaça. Se ameaçais com frequência sem executardes vossas ameaças, estas se tornarão para a criança uma brincadeira sem importância ou um autêntico jogo.

Nunca se deve aplicar o castigo de uma maneira implacável e sem remissão. É preciso deixar à criança a possibilidade de reparar a falta pela confissão e pelo esforço. A sanção irrevogável desestimula a vontade de reparação.

É sempre preciso não voltar atrás de uma sanção justa. Suspender levianamente uma punição merecida é dar antes prova de fraqueza do que de perspicácia. Lembremo-nos de que a vontade da criança precisa apoiar-se numa autoridade tão lógica quanto firme.

É preciso não punir tudo. Há pecadilhos que devemos às vezes fingir que não vemos, sobretudo se não têm consequências morais ou sociais. Mas, quando se proíbe uma coisa, que seja para todos os dias, enquanto não mudarem as circunstâncias.

***
Maria Sempre!
***

FONTE: COURTOIS, Pe Gaston. A arte de educar as crianças de hoje. Livraria Agir Editora, 5ª ed., 1964, p. 85-90.
__________________________________________________________________________

Sobre a obra:  Este livrinho deve mais ainda à observação do comportamento dos pais relativamente aos filhos, à verificação de múltiplos erros de que os filhos, e também os pais, são vítimas frequentes. Este livro se apresenta, pois, sob a forma de pequenos conselhos, cujo mérito outro não é senão o de terem sido experimentados positiva e negativamente por numerosas famílias pertencentes aos mais diversos meios.
Pe. G.Courtois

Nenhum comentário:

Postar um comentário