sexta-feira, 8 de maio de 2020

AINDA ESTOU BRAVA COM ELE



Vamos conversar?

Nem sempre temos a facilidade em perdoar e esquecer as mágoas e decepções que pessoas próximas nos causaram, certo?

Geralmente criamos expectativas em relação ao outro e quando ele não 'nos atende da maneira que esperamos', ficamos tristes, decepcionadas e frustradas, não é mesmo?

Como lidar com essa decepção no relacionamento conjugal, quando isso ocorre no nosso matrimônio?

Para isso, trouxemos aqui, mais uma carta dando sequência ao livro "Conselhos a uma recém casada":

Em vez de estar contente por [seu esposo] ter pedido desculpas pelas palavras duras (...), você ainda estava com muita raiva. Que criaturas instáveis nós somos! Nossas vidas emocionais são tão complicadas e somos tão afetados pelos eventos do cotidiano que é surpreendente nosso amor resistir.

Você deve sempre -  e mais especificamente agora - tecer com os fios do perdão a malha de seu amor. Seu casamento não durará se você não estiver disposta a perdoar [seu esposo] e lhe pedir perdão por suas faltas. (É por isso que, ao fazer os votos matrimoniais, os casais têm de prometer pedir perdão quando magoarem um ao outro e perdoar quando tal lhe for pedido.)

Lembro-me de uma peça de teatro de Gabriel Marcel na qual uma mulher, que tinha todos os motivos para estar com raiva de seu marido infiel, se dá conta de que, embora ele esteja errado e ela certa, "não é suficiente ter razão". O amor exige mais de nós: nos chama a perdoar.

Seu esposo lhe pediu desculpas. Como seu coração pode resistir a um pedido como esse?

Caso ainda tenha dificuldades para perdoá-lo, medite sobre as inúmeras ocasiões em que você magoou outras pessoas - inclusive algumas bem próximas -, oferecendo também a Deus. Quando seu coração estiver repleto de contrição, não será apenas fácil, será até mesmo privilégio perdoar. E conseguirá rezar do fundo do seu coração, pedindo: perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 

A opção oposta é terrível. Como mencionei, resistir ao perdão envenenará sua alma. Já ouvi diversas vezes as tristes palavras: "Ele me machucou tanto; nunca vou perdoá-lo". A recusa a perdoar se transforma em ódio; o ódio se transforma em veneno; e o veneno traz a morte espiritual. Você não vai apenas odiar; você se tornará odiosa aos outros, tendo corroído sua própria alma.

O amor e a presteza para perdoar caminham de mãos dadas. Quando descobriu que amava [seu marido], você compreendeu a necessidade de estar incondicionalmente disposta a perdoá-lo - porque o ama e sabe que seu perdão é um bálsamo curativo para alma dele e também para sua.

Quanto maior for seu amor por seu esposo, mais fácil será dizer a ele: "Perdoe-me". Quanto mais amar, mais fácil será dizer essas palavras ainda mais doces: "Eu perdoo você"

Tenho certeza de que o perdão triunfará. 

Conte com minhas orações por [sua família].

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Maria Sempre!
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FONTE: HILDEBRAND, Alice von. Conselhos a uma recém-casada. Rio de Janeiro: Petra, 2016. Pg.91-92. *Com adaptações do editorial do blog.
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Sobre a obra: Este livro faz enfim chegar, aos leitores brasileiros, as palavras de Alice von Hildebrand, uma das vozes femininas mais importantes de nosso tempo. Aqui, a célebre teóloga, especialista nos temas do amor, do matrimônio e da feminilidade, nos apresenta uma série de cartas cujo objetivo é ajudar sua afilhada a superar os obstáculos que costumam se apresentar na vida a dois, desde os maiores até os que parecem mais insignificantes. Com uma linguagem simples, mas ao mesmo tempo profunda e bela, Conselhos a uma recém-casada é leitura obrigatória para aprendermos a crescer no amor quando a lua de mel acaba. 
Petra Editora

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